sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Crias


Hoje estou triste.
Estou lendo o livro da Maitê Proença - Uma vida inventada e, estou gostando muito. Procurando comentários da época em que o livro foi lançado, encontrei uma entrevista em que ela fala que pensava ter perdido sua filha, mas que depois de 8 meses, Maria saiu de seu casulo resolvida, acho que com 12 ou 13 anos de idade. Aí pensei: só 8 meses! Que maravilha! Ela foi rápida! A minha tenho a impressão que já a perdi há mais de 1 ano, e ela com apenas 6 anos de idade. E não vejo saída e nem volta. Não consigo enxergar uma conciliação nessa história. Ela tem um gênio difícil, é teimosa, inteligente e não sei como lidar com ela.
Parece que ela quer testar o último grau do meu limite, parece que ela quer que eu enlouqueça.
Já conversei com o pai, com professoras, com psicólogas e nada!
Sei também que devo mudar o meu comportamento se eu quero que ela modifique o dela, mas ela me tira do sério! Assisto a Super Nanny, vejo onde eu posso estar errada, tento mudar e ela sempre me aparece com uma nova tática de enlouquecimento familiar.
Não sei mais o que falar, nem o que pensar, nem como agir com ela, apenas fico quieta, não tenho mais forças.
Também sei que se o meu humor mudar, se eu começar a me sentir melhor comigo mesma, quem sabe eu encontre um novo jeito de lidar com ela, mas parece que uma coisa depende da outra e vejo que, não tenho capacidade para cuidar da minha própria filha. Me sinto inútil (como se já não me sentisse antes) e mais e mais a cada dia.
Parece que o mundo tá desabando na minha cabeça e eu não consigo me mexer.
Muitas vezes tenho vontade de sumir, desaparecer, mas algo me prende aqui, ao lado dela, doendo como está doendo, eu sou capaz de suportar.
Sempre achei impossível viver sem otimismo, hoje isso me parece bem possível. Não vejo solução para o meu caso (por enquanto), mas espero que a vida e Deus se encarreguem de abrandar nossos corações.
Também sei que meu caso não é único, muitas mães passam por isso, mas muitas sabem lidar bem com isso, eu não, eu na minha ignorância materna e afetiva, não sei lidar com quem depende de mim, com quem depende que eu esteja bem para estar bem.
Só penso todos os dias em não desmoronar para que ela não desmorone junto. Já não sei mais se a vida dela depende da minha, ou se na verdade, a minha depende da dela.
Ninguém disse que os relacionamentos seriam fáceis, némesmo?
Hoje mesmo meu ex marido me perguntou se eu não tenho a intenção de ter mais filhos, eu disse que não, imagina!, não consigo cuidar nem de uma...


beijos a todos!

Um comentário:

  1. Cabeça pra cima e olhar pra frente menina. Vambora !
    Ninguém disse que é facil mesmo, e não é... mas vc tem que encontrar o seu jeito de lidar com a sua filha. Por mais dificil que seja Gi, vc é mãe dela e vc melhor do que ninguém conhece essa menininha. Tente cada dia uma coisa, uma hora vc acerta. Mas não caia na chantagem emocional, nunca.
    O que é muito dificil quando estamos nos sentindo culpadas por estar tristes. Elas sentem isso tb e com certeza, usam como artificio.
    Qdo quiser falar, fique a vontade. MSN, Skype, Facebook. Qq coisa. Pode ajudar.

    Bjs.

    Dé.

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